Não se vê ninguém. O absoluto se desfaz, esfarela. Nada concentrado, nenhum ponto sobressalta, nada se dilata. Tudo exatamente em seu lugar deixando o sol das quatro invadir, corroer, penetrar. Não se vê esquinas, dobras, descontínuos. Nada é interrompido.
Tudo flui. Tudo dança. Tudo entardecendo junto. E não tem ninguem lá. Só cadeiras, mesas, vidros, acessórios, inanimados.
O sol das quatro deixa tudo uma coisa só. Entardecendo.
Já sentiu que pode entardecer? Como todas as outras coisas. Você compondo o ambiente. Não mais existindo. Só entardecendo.
O sol das quatro. Chega a doer.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
0,00
Extrato bancário
O substrato social
maquinário inteligível
fenômeno paranormal
Subsídio da alma
poder extraviado
substância anti subversiva
Suco concentrado
de substituto do subsecretário
Subumano subornado
súdito de um extrato
meu saldo
esgotado
A ave que o poeta cria
A Ave Maria.
Arrítmica,
sacolejando penas gastas
A ave Maria
Perdida em tremeliques
samba falso
e avenida
Sem donoe opçãoSem rotinae sem gaiolaVou rezar por vocêAgorae na hora de sua morteAmém
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