Não se vê ninguém. O absoluto se desfaz, esfarela. Nada concentrado, nenhum ponto sobressalta, nada se dilata. Tudo exatamente em seu lugar deixando o sol das quatro invadir, corroer, penetrar. Não se vê esquinas, dobras, descontínuos. Nada é interrompido.
Tudo flui. Tudo dança. Tudo entardecendo junto. E não tem ninguem lá. Só cadeiras, mesas, vidros, acessórios, inanimados.
O sol das quatro deixa tudo uma coisa só. Entardecendo.
Já sentiu que pode entardecer? Como todas as outras coisas. Você compondo o ambiente. Não mais existindo. Só entardecendo.
O sol das quatro. Chega a doer.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
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Gostei disso.
ResponderExcluirEu sou assim, entardeço, amanheço, anoiteço e enmadrugo. Aquela eterna cadeira de balanço na varanda de uma casa de campo só espera meus pés pra sacudirem-na e a poeira se espalhar pela minha sola e continuar a ser sempre parte do meu dia roto e sem fuga. uma vida entardecida...
Lindo, lindo, lindo...
ResponderExcluirDá pra sentir o sol das 4 chegando...
Você é tão linda!