Uma luz tênue
amarelada
um ponto sem expansão
sem pretensão
de ser algo a mais
simples luz
uma porção limitada de solidão
nem tudo o que a escuridão leva embora
nem tudo o que a claridade torna excesso
uma luz no canto do quarto
luz no canto do mundo
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
simples. nunca simplório
Flor prendada
feita de linha
linho
Um miolo de botão
Flor de pano estampado
não é rosa cálida
É flor de pano
calada mesmo
Cheia fofa.
Ela é ponto sem aroma
saltando sutilmente aos olhos
Quase pronta.
Dançando nas mãos da senhora
que lhe da forma, vida e cor
ela sabe que ja já vai dar samba
esse jeitinho dela de ser flor
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
lobos
Loucos. Somos loucos
vivemos num samba eterno
de loucura explícita.
Vivemos na corda bamba
que repousa sobre nossas incertezas
Eternos loucos
Frágeis e fortes
cheios de vida e amores
Enquanto tudo parece morto a nossa volta
dançamos como lobos
num ritual apocalíptico
Dançamos para manifestar
a eterna leveza de ser o que se é
Em meio à trevas, cavernas
vales profundos e negros
somos nós mesmos.
Verdadeiros Nós.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
espelho
As palavras não ditas
Presas em celas eternas
Sem fim
Replicam-se pelos
Corredores escuros que vem
De dentro de ti
Enquanto teu canto for dor
Enquanto teu tempo for água corrente
Teu corpo será feito de vento
Tua alma entregue ao mundo
Será resto remoído, ruminado
Rastreado, retardado.
Será resto.
Teu rosto.
Teu resto.
Presas em celas eternas
Sem fim
Replicam-se pelos
Corredores escuros que vem
De dentro de ti
Enquanto teu canto for dor
Enquanto teu tempo for água corrente
Teu corpo será feito de vento
Tua alma entregue ao mundo
Será resto remoído, ruminado
Rastreado, retardado.
Será resto.
Teu rosto.
Teu resto.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
entre paz e solidão
É nos meus tempos de ócio
É desse jeito meio torto
de ver a vida se desenrolar
Eu vejo tudo daqui
Por onde os passos me cercam
Por onde o silêncio jamais penetra
A chuva não me atinge
Eu vejo tudo daqui
É nesse meio tempo do dia
segundos calados
sem caras, rótulos e curso forçado
que vejo o que quero
a vida se desenrolar
Cercada de um povo lindo
com cores que não me cegam
Minha delícia, meu deleite
Nesse curto espaço de tempo
meu passo é puro retrocesso
Antes que me puxem de volta
antes de me acordar
diga que virei pássaro
diga que fui voar
vem de fora
A vaidade
fora do espelho
da rota
do rosto
Fora do vermelho
do gesto escondido
do beijo
sem sentido
A vaidade mais pura
na barra da saia
nas mãos do menino
Sem origem, sentida
vaidade simples.
O puro sorriso
Ele gosta quando ela se pinta
ele vê o que ninguém vê
A vaidade nas mãos do menino
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