terça-feira, 12 de janeiro de 2010

espelho

As palavras não ditas
Presas em celas eternas
Sem fim

Replicam-se pelos
Corredores escuros que vem
De dentro de ti

Enquanto teu canto for dor

Enquanto teu tempo for água corrente

Teu corpo será feito de vento
Tua alma entregue ao mundo

Será resto remoído, ruminado
Rastreado, retardado.
Será resto.

Teu rosto.
Teu resto.

4 comentários:

  1. Amei o fato deste blog fazer com que você dê títulos aos poemas, sabia?

    Você ama as palavras, brinca com elas e elas brincam com você...
    Elas te adoram, como criança a um tio engraçado e preferido, de camisas de botões sempre abertos e barriga saliente.

    Que esta brincadeira seja eterna, pois quem se diverte somos nós.

    Linda, linda...
    Beijo em teu rosto!

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  2. Sah, essa me passa um sentimento muito forte de uma maneira leve!
    Adorei!

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  3. Você conseguiu ver através da sutileza, a porção do outro, que revela sua porção, assim você abriu a caixa de pandora. Responsabilidade é o fato. Lindas palavras, linda brincadeira de troca, linda percepção, como você.....
    Adorei, palavras que confirma meu amor por vc.
    Muitos beijos

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